Discurso do Secretário Geral do Hezbollah, Sayed Hasan Nasrallah, na cerimônia honorária no quarto ano do martírio do Qassem Soleimani e Abu Mahdi Almuhandes, na quarta-feira, 03 de janeiro de 2024
O Secretário-Geral do Hezbollah, Sayed Hasan Nasrallah, alertou o inimigo israelense : »Para considerar travar uma guerra contra o Líbano, porque a nossa luta será sem limites, sem regras de confronto, e ele sabe do que estou falando, » enfatizando: « Quem pensa em guerra contra nós vai se arrepender, se Deus quiser, e a guerra conosco lhe custará muito, muito, muito caro”.
No seu discurso dividido em quatro partes, por ocasião da quarta comemoração do martírio do General Qassem Soleimani – comandante-chefe das Brigadas al-Quds do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica – e de Abu Mahdi al-Muhandess – comandante-chefe do Hashd al-Chaabi – organizado no complexo Sayyed al-Shuhada, nos subúrbios ao Sul de Beirute, Sayed Nasrallah declarou: “O que está acontecendo hoje na nossa região nos faz pensar em Qassem Soleimani e no que aconteceu hoje em Kerman (duplo ataque terrorista contra visitantes ao Santuário Qassem Soleimani no Irão) recorda-nos as palavras do Imam Khamenei segundo as quais :“O mártir Qassem Soleimani assusta mais o inimigo do que Qassem Soleimani durante a sua vida”.
E continua: “Hoje vemos que o perseguem até o seu santuário. Apesar do seu martírio, Soleimani está presente mais do que nunca nas nossas armas, nos nossos mísseis e nas nossas bombas, nas lágrimas das crianças, nas orações das mulheres, na lendária paciência e resistência do povo palestino e na sua resistência, na verdade, em tudo o que colhemos hoje, pois as vitórias são fruto dos sacrifícios deste grande líder ao longo de muitos anos.”
Quanto à resistência palestina, o líder do Hezbollah explicou que :“A unificação dos campos de guerra e a coordenação entre as frentes do Eixo da Resistência não baseiam somente em concepções e visões estratégicas comuns, mas também na autonomia total nas ações, para que cada facção decida tomar de acordo com as circunstâncias e particularidades políticas do seu respectivo país » acrescentando « Mas esta gestão estratégica dentro do Eixo da Resistência é nova e sem precedentes na história dos movimentos da resistência, é por isso que os estados e as potências no Ocidente estão errados nas suas análise. Eles não entendem essa forma de gestão.”
O Secretário Geral do Hezbollah sublinhou na secção dedicada ao Líbano que: “A mensagem mais importante que a resistência no Líbano quis afirmar no seu envolvimento na batalha de apoio em Gaza nos dias 8 e 9 de outubro é que se trata de uma resistência corajosa e forte, que não se deixa intimidar por ninguém e que não mede cálculo para defender o seu país”.
E acrescentou: “Até agora estamos lutando na frente com muitos cálculos e precauções, portanto, há sacrifícios. Até agora, os interesses nacionais libaneses estão nas nossas prioridades, mas se for lançada uma guerra contra o Líbano, a guerra vai ser generalizada e os interesses supremos libaneses exigirão que lutemos na guerra até ao fim e sem restrições.”
Referindo-se ao assassinato, na terça-feira, do número dois do gabinete político do Hamas, o mártir Sheikh Saleh al-Arouri, nos subúrbios ao sul de Beirute, Sayed Nasrallah garantiu que não ficará impune. E para concluir o seu discurso: “Entre eles e nós está a terra, os dias e as noites”.
PRINCIPAIS IDEIAS DE SEU DISCURSO
O discurso está dividido em 4 partes
Parte 1: Alegrias e tristezas misturadas
Devemos apresentar as nossas felicitações e condolências às pessoas afetadas pelo martírio de Hajj Qassem Soleimani e dos seus companheiros iranianos, e pelo martírio de Hajj Abu Mahdi al-Muhandess e dos seus companheiros iraquianos, bem como às suas ilustres famílias. Renovamos nossas condolências pela perda de seus entes queridos e nossos parabéns por terem obtido esta condecoração divina. As nossas condolências também pelo que aconteceu em Kerman relativamente ao duplo ataque terrorista que teve como alvo civis iranianos que estavam comemorando esta ocasião, e até essa hora foi confirmado pelo menos 80 mortes. São igualmente muitos mártires no caminho para al-Quds e envolvidos na mesma batalha liderada por Hajj Qassem Soleimani.
O que está acontecendo hoje em nossa região nos faz pensar em Qassem Soleimani e o que aconteceu hoje em Kerman nos lembra as palavras do Imam Khamenei segundo quem: “O mártir Qassem Soleimani assusta mais o inimigo do que o Qassem Soleimani vivo”.
Hoje vemos que eles o perseguem até o seu santuário. Apesar do seu martírio, ele está presente mais do que nunca nas nossas armas, nos nossos mísseis e nas nossas bombas, nas lágrimas das crianças, nas orações das mulheres, na lendária paciência e resistência do povo palestino e na sua resistência, na verdade, em tudo o que colhemos hoje, pois as vitórias são fruto dos sacrifícios deste grande líder ao longo de muitos anos.
Hoje em dia nossas tristezas se misturam com alegrias, por isso parabenizamos a todos pelo Ano Novo Gregoriano e desejamos que todos vivam um ano melhor que os anos anteriores. Parabenizamos o aniversário de Cristo, cujo retorno porá fim à opressão. Além disso, felicito os muçulmanos, especialmente as mulheres muçulmanas, pelo aniversário de Santa Fatima, filha do nosso profeta Maomé (S), esta mulher que continuará a ser a Senhora dos Mundos e do Paraíso.
Devemos também expressar as nossas condolências pela morte de um dos fundadores da resistência islâmica no Líbano, Hajj Yaghi, e devo apresentar as minhas felicitações pelo martírio de Sayed Radi Moussaoui, que foi martirizado em Damasco. Este mujahid, esta pessoa piedosa que conhecemos com ele há mais de 30 anos sabendo que gostava de ser apelidado de ‘o servo’ desta resistência e as nossas condolências à sua família e às autoridades iranianas.
Apresentamos as nossas felicitações pelo martírio do Cheikh Saleh al-Arouri e dos seus camaradas do Hamas que foram martirizados ontem num ataque ocorrido na noite da comemoração dos mártires dos comandantes do Eixo da Resistência.
O Cheikh Saleh sacrificou a sua juventude no jihad, na luta e na detenção e quando Sayed Abbas Moussaoui (ex-secretário-geral do Hezbollah) foi martirizado, escreveu numa carta que a condecoração mais honrosa é a de ser martirizado pelos assassinos dos profetas.
Condolências aos mujahideen no Iraque, na Síria, no Iémen, no Líbano, ao seu exército, às famílias dos combatentes, aos civis que foram martirizados no caminho para al-Quds.
Em todo o lado, em todas as arenas do Eixo da Resistência, particularmente em Gaza, adoptamos a mesma linguagem, o mesmo discurso, nomeadamente o sacrifício, o amor ao martírio, a paciência, a resistência por uma causa nobre, confirmo que os nossos combatentes continuam a lutar a fronteira entre o Líbano e a Palestina a uma distância zero, contrariamente ao que o inimigo afirma.
Parte 2: A marca do mártir Qassem Soleimani na Inundação de Al-Aqsa
O que estamos a testemunhar em Gaza e em todas as arenas de resistência reflete o trabalho do mártir Soleimani, que pode ser resumido em dois pontos. Testemunhamos estes sacrifícios e esforços feitos durante mais de 20 anos, na formação da força al-Quds da Guarda Revolucionária Islâmica.
O primeiro ponto: Apoiar as facções da resistência treinando-as, ensinando-as a armar-se, a fabricar armas, ele queria que todas as facções da resistência conseguissem alcançar a autossuficiência em termos de armas. Hajj Soleimani planeou atingir este objetivo para que fossem mais autónomos nas suas escolhas, decisões e ações. Por exemplo. na Palestina, depois do ano 2000, o Hamas e a jihad islâmica beneficiaram de apoio financeiro e logístico e de armas, pelo que as façanhas a que assistimos em Gaza não são fruto de ontem, mas sim o resultado de esforços e de trabalho árduo durante duas décadas.
Da mesma forma, a Resistência no Iraque, quando os jovens optaram por lutar contra a ocupação americana, recorreram a Qassem Soleimani e encontraram o seu apoio e beneficiaram da formação necessária e em 2003 o Hajj Abu Mahdi Muhandess trouxe o seu apoio a Soleimani. Deve recordar-se que nestes dias o Iraque comemora a retirada das forças de ocupação americanas em 2011, mesmo que esta retirada tenha sido concluída através de um acordo com o Iraque, mas em última análise foram os ataques da resistência que forçaram os EUA a tomar esta amarga decisão.
O segundo ponto: A unificação das facções de resistência. Qassem Soleimani conseguiu criar um novo e forte vínculo de amizade e afeto entre as facções de resistência na região criando um eixo de resistência e unificações nos campos de batalha e todos esses planejamentos foram reforçadas por Soleimani. O crescimento do eixo da existência da resistência comprova a presença de um vínculo de lealdade e fidelidade interno, pois se fosse um Estado que apoiasse um movimento de resistência certamente agiria de acordo com os seus interesses, e, portanto, certamente procuraria preservar a sua autoridade sobre esse movimento. Enquanto Soleimani quis criar laços de afeto que não podem ser rompidos ou desaparecidos, sem impor qualquer autoridade.
Entretanto, O Eixo da Resistência concorda com uma visão estratégica, com noções estratégicas: os seus inimigos são assim identificados, determinam-se os pontos fortes da nação, os títulos da sua dignidade, a sua visão sobre os EUA e sobre Israel. Mas as facções do Eixo de Resistência são livres de tomar quaisquer ações que considerem adequadas ou de tomar decisões no terreno, para se envolverem em batalhas quando considerarem necessário, porque cada movimento de resistência vive num país com circunstâncias diferentes e, portanto, ninguém interfere nas decisões do outro. Cada um toma decisões no seu país, de acordo com a visão estratégica e as particularidades do país a que pertence.
No entanto, muitas potências ocidentais, separadamente dos seus analistas, não compreendem o que está a acontecer com o Eixo da Resistência. Por exemplo, quando o Iémen toma a decisão de agir no Mar Vermelho, é acusado de cumprir as ordens do Irã, e assim por diante… Pois o mundo é assim, não podemos culpá-los porque quando um Estado adota um líder da resistência, procurará comprá-lo, para confiscar a sua vontade, explorá-lo e reduzi-lo a um instrumento. Ou ele o ameaça ou o compra, para que ele cumpra suas diretrizes, ao contrário da experiência do Eixo da Resistência onde nenhum sujeito é escravizado pelo um estado ou a um líder, e, portanto, eles não conseguem entender como o Eixo da Resistência opera. Este eixo é um exemplo único na história dos movimentos de resistência, e para isso, todas as pessoas se apegam a este eixo. Portanto, no meu discurso quando afirmei que o Dilúvio Al-Aqsa é um projeto puramente palestino, que emana de uma decisão própria, não é para nos distanciarmos desta operação, porque os nossos mártires provam o contrário. Disse isto para sublinhar que a inundação de Al-Aqsa não deve ser arrastada para análises sem sentido.
Pela sua sinceridade, Soleimani, em seu corpo e alma, já estava misturado na resistência e na terra da Palestina. A maior tradução disto e o maior desafio que daí resultou foram ilustrados na Operação Al-Aqsa.
3ª parte: Avaliação do Dilúvio Al- Alqsa, resultados sobre a causa palestina
A Operação Al-Aqsa começou em 7 de outubro através do Hamas, ao qual se juntou a Jihad Islâmica e depois outras facções da resistência palestina. As razões desta operação foram citadas pelo Hamas e já falei sobre isso e estão ligadas aos 75 anos de opressão, agressão, embargo a Gaza, ataques à mesquita de Al-Aqsa, por parte dos colonos e à continuação Judaização da cidade sagrada de al-Quds, etc …
No dia 8 de outubro, entramos na batalha ao longo de toda a fronteira no Sul do Líbano, ao longo de 100 km. Depois disso, a Resistência Islâmica no Iraque envolveu-se na batalha contra as forças americanas em apoio ao povo palestiniano, além do Iémen que tomou uma decisão corajosa não só de lançar drones contra a entidade sionista, mas de capturar navios que arvoravam a bandeira israelita no Mar Vermelho.
A panorama da guerra é claro: Por um lado temos imagens de destruição, de genocídio em Gaza, por outro lado temos imagens de determinação, coragem e resistência.
A escala dos resultados é extremamente importante, devem ser destacados e as suas repercussões na Palestina e no mundo:
1- A causa palestina foi ressuscitada e a comunidade internacional é obrigada a buscar soluções.
2- O colapso do projeto sionista que pretendia quebrar a vontade dos palestinos, enterrando a sua causa, exceto que a juventude palestina provou estar mais viva e mais ligada do que nunca à sua causa.
3- Aumento do apoio à causa palestina no mundo árabe e islâmico, evidências de pesquisas revelaram que o povo árabe e islâmico não apoia a entidade sionista, e dão total apoio ao Hamas e as facções da resistência palestina.
4- Colapso da imagem de “Israel” no mundo. Israel caiu moralmente, legalmente. Israel é agora visto como o assassino de crianças, mulheres e recém-nascidos; é o autor do maior genocídio deste século. De acordo com sondagens nos EUA, a juventude americana apela à libertação da Palestina ou mesmo à deslocação de “Israel”.
5- Todos os esforços de padronização falharam e os acordos de padronização não valem mais nada.
6- As resoluções da ONU, o direito internacional público, e o direito humanitário internacional já não valem mais nada graças à inundação de Al-Aqsa, uma centena de estados votam a favor de um cessar-fogo, exceto 10 contra e “Israel” não tem respeito por esta comunidade internacional.
7- A força de dissuasão israelense entrou em colapso, aterrorizando os estados da região, que os fez tremer. Tal ação foi dilacerada pela inundação de Al-Aqsa porque o Hamas lançou a sua operação sem temer a existência dessa força. Portanto, quando a operação do sete de outubro começou, a força de dissuasão entro direto num colapso, em seguida, as forças entraram na Faixa de Gaza, portanto, não podem mais converter a situação. Podemos ver como esta força de dissuasão não resistiu a resistência islâmica no Líbano, aliás, nem as ameaças americanas, as forças britânicas e alemãs, nem a sua frota nos dissuadiram, da mesma forma que o Iémen, da mesma forma que a resistência islâmica no Iraque, e por isso que os EUA decidiram retirar a sua frota da região porque a sua presença não conseguiu dissuadir o eixo de resistência de continuar as suas operações.
8- Falha da inteligência israelense em detectar antecipadamente a operação Al-Aqsa.
9- Colapso do slogan israelense: Vitória rápida, firme e clara
10 -Fracasso da força aérea israelense em alcançar os objetivos anunciados por “Israel” contra o Hamas.
11- O resultado mais importante é a falta de confiança no exército e na formação política israelita. Alguns acreditam que a inundação de Al-Aqsa provoca o fim de “Israel”. Na verdade, essa entidade é artificial. O seu povo mantém uma ligação falso com “Israel”, cada um tem dupla nacionalidade, a sua ligação com esta terra está ligada à sua segurança e aos seus investimentos, só isso. O Dilúvio Al-Aqsa desenhou esta imagem onde vemos os israelitas a fazerem as malas. Evidências de apoio: O Ministro da Defesa afirmou que se não atingirmos os objetivos da guerra, corremos o risco de ver os nossos cidadãos israelitas recusarem-se a viver nesta terra porque somos incapazes de proteger lós. Eu confirmo para ele: Você não conseguirá atingir seus objetivos. A inundação de Al-Aqsa e o que está a acontecer em outras frentes atingiram duramente a noção de que “Israel” é o refúgio dos Judeus no mundo.
12- A reputação de “Israel” como um Estado militar e tecnologicamente forte disparou. “Israel” já não representa um Estado confiável pois precisa ser protegido.
13- Perdas humanas e materiais em “Israel”. Os israelitas não se atrevem a admitir o número das suas perdas nem mesmo no Sul do Líbano. Discutirei essas perdas no meu discurso na próxima sexta-feira. A situação médica e psicológica em “Israel” é alarmante: 300 mil pessoas necessitam de terapia. Observação: se vocês, israelenses, persistem em ficar, devem viver na angústia e no medo porque a Palestina, do rio ao mar, pertence apenas aos palestinos. A imigração reversa de colonos continua a aumentar e a economia israelita está a sofrer porque não há mais turismo ou agricultura.
14 – Fracasso em atingir objetivos. Quando os EUA pedem às forças israelitas que se retirem de Gaza, não é para o bem dos palestinianos, mas por medo “de que Israel” sofra ainda mais perdas nas suas fileiras. Sem mencionar as divisões internas que minam a unidade israelita, todos estão prontos a retirar as suas facas assim que os combates cessarem. Cada um pretende acusar o outro e por isso pergunto-me o que restará de “Israel” no final desta batalha.
15- O escândalo dos EUA: Os Estados Unidos tentaram melhorar a sua imagem sob o reinado de Obama, com um pai chamado Hussein, sendo de origem africana. Depois houve a Primavera Árabe e depois o Daesh, exceto que o Dilúvio de Al-Aqsa revelou a verdadeira face dos americanos. As armas e a bombas de guerra são fabricados no EUA, portanto, o estado americano é o responsável por matar civis e aumentar as tensões, além disso, impedem um cessar-fogo humanitário e eles mesmo encobrem os crimes dos israelitas.
16- O que está a acontecer em Gaza prova que o direito internacional público, a comunidade internacional, o direito humanitário e as organizações internacionais são ineficazes. Se você for fraco, ninguém irá protegê-lo ou chorar por você. O que te protege é a sua força, a sua coragem, as suas armas, os seus mísseis e a sua presença nas arenas. Se você é forte, você merece respeito no mundo.
Ao todo, a capacidade de resistência demonstrada pelo povo de Gaza forçou as pessoas em todo o mundo a respeitá-los, a mudar a sua opinião em relação à causa palestina, apesar da destruição e da injustiça.
Israel estava preparando um ataque ao Hezbollah com o Hamas
Quando decidimos, no dia 8 de outubro, travar uma batalha na frente sul do Líbano, foi para apoiar a Gaza. Este compromisso da nossa parte foi honesto e consistente com a nossa visão estratégica e com o nosso dever de apoiar a causa palestina.
Portanto, realizámos centenas de operações e perdemos dezenas de mártires, mas o que deveria ser lembrado do nosso compromisso foi revelado mais tarde através das discussões do gabinete de guerra (israelense).
No dia 7 de outubro, os israelitas entraram em pânico, chamaram de volta os seus soldados, depois os seus recrutas, depois os EUA vieram em socorro e foi então que os israelitas perceberam que era o momento oportuno para atacar de uma vez por todas todo o Hamas e o Líbano. Em suma, a oportunidade perfeita para acabar com todas as facções da resistência porque o mundo ainda estava em choque e as apoiava totalmente. Mas a guerra no Líbano embaralhou todas as cartas porque roubou de “Israel” o fator surpresa: O que foi conspirado contra o Líbano foi que os libaneses deveriam acordar sob fogo nos dias 9 ou 10 de outubro e depois admitiu ter mobilizado as suas forças terrestres e navais para o fazer.
Observação: A Resistência Islâmica, através da sua coragem, impediu um ataque surpresa israelita. O que impediu “Israel” de atacar foi o envolvimento – a partir do 2º dia da batalha do Dilúvio de Al-Aqsa – da Resistência Islâmica na frente sul do Líbano.
Parte 4: O assassinato de Saleh al-Arouri não ficará impune
O que aconteceu nos subúrbios do Sul de Beirute é muito perigoso, e acima de tudo um ataque contra os subúrbios, o primeiro desde a guerra de 2006. Após este ataque que teve como alvo o Cheikh e que Saleh, recebemos várias mensagens segundo as quais essa agressão não visa o Hezbollah, mas o Hamas. Esse tipo de mensagem é covarde e não acreditamos nisso.
Até agora, estamos a lutar na frente Sul de acordo com cálculos muito precisos, por isso há sacrifícios pagos, mas se o inimigo planeia iniciar uma guerra contra o Líbano, então a nossa resposta será sem limites, sem regras de confronto e sem limites. Qualquer pessoa que considere uma guerra contra nós irá arrepender-se, e isso custar-lhe-á muito, muito, muito caro, e se até agora levámos em conta os interesses libaneses, saibam que se uma guerra for lançada contra o Líbano, então os interesses nacionais libaneses exigem que lutamos a guerra até o fim e sem restrições.
O assassinato do mártir Cheikh al-Arouri não ficará impune ou sem resposta. Por isso, estarão abertos, entre eles e nós, todos os campos da batalha e a terra, sem medidas do tempo.
FIM
Fonte: Al Manar