Discurso do Secretário Geral do Hezbollah, Sayed Hasan Nasrallah, no dia da Operação Arbaeen coincidindo com o Arbaeen do Imam Hussein (A), no domingo dia 25 de agosto 2024.
Redação do site
O Secretário-Geral do Hezbollah, Sayed Hasan Nasrallah, batizou a resposta do Hezbollah nos subúrbios ao norte de Tel Aviv como Operação Arbaeen, uma vez que coincidiu com o 40º dia do martírio do Imam Hussein, neto do Profeta Maomé(S).
Durante um discurso, este domingo, 25 de agosto, Sayed Nasrallah dissecou as mentiras israelenses.
Afirmou que a Operação Arbaeen, nos subúrbios de Tel Aviv, atingiu os seus objetivos, salientando que as alegações israelitas sobre uma operação preventiva são puramente falsas.
Os principais pontos do discurso:
Hoje é o quadragésimo aniversário do martírio do Imam Hussein(A). O Arabaeen constitui um símbolo de sacrifício, altruísmo, rejeição da injustiça e submissão, bem como um símbolo de revolução até o Dia da Ressurreição.
Agradecemos o Governo Iraquiano e o hospitaleiro povo iraquiano pelos gastos e serviços que oferecem para servir os visitantes do Imam Hussein(A).
Chamamos a atenção para a presença da Palestina e de Al-Quds nesta ocasião na cidade sagrada de Karbala (local de sepultamento do Imam Hussein).
Gostaria de expressar as minhas condolências ao querido povo libanês e a todos os pilares do Estado libanês pela morte do ex Primeiro-Ministro Salim Al-Hoss, que representava um símbolo de resistência e patriotismo.
Gostaria também de saudar os simpatizantes da resistência e o seu ambiente pela sua paciência e firmeza que terão um impacto neste mundo e no outro.
Dirijo-me aos meus irmãos, os Mujahideen, que são inabaláveis e firmemente enraizados na terra como as montanhas. Saúdo e agradeço a sua paciência, a sua firmeza e a sua sinceridade.
Aperfeiçoando as regras de engajamento: Subúrbios de Beirute e Subúrbios de Tel Aviv
O inimigo chegou a esta fase de escalada com o Líbano, tendo como alvo os subúrbios do Sul de Beirute e matando civis além do grande comandante, Sr. Fouad Chokor, e a resistência anunciou a sua intenção de retaliar contra esta agressão para endireitar as equações e as regras de combate (subúrbios de Beirute versus subúrbios de Tel Aviv).
Chamaremos a operação de hoje de Operação Arbaeen, pois coincide com o quadragésimo dia do martírio do Imam Hussein.
Estávamos prontos para responder desde o primeiro dia do martírio do Sr. Chokor, mas como dissemos antes, a resposta faz parte da punição, e levamos algum tempo para estudar se o eixo reagiria como um todo ou em cada frente isoladamente, e esperar para dar uma oportunidade às negociações, porque o nosso objetivo é acabar com a agressão contra Gaza.
É claro que as negociações são demoradas e que Netanyahu começou a impor novas condições à resistência em Gaza.
Alvos militares ligados ao assassinato e perto de Tel Aviv
Estabelecemos regras para a nossa resposta, esta não deve ter como alvo “civis”, sabendo que temos o direito de atacar “civis” ou infra-estruturas, dado que os israelitas mataram civis durante a sua agressão contra os subúrbios do Sul de Beirute. O nosso objetivo está definido: “Atingir um alvo militar ligado ao assassinato, uma missão de inteligência ou uma Base Aérea, que deve estar muito próxima de Tel Aviv”.
Designamos um certo número de alvos perto de Tel Aviv de acordo com os nossos critérios. Escolhemos então a base Glilot, que é uma base central de inteligência israelense e inclui a Unidade 8200.
A base de Glilot está localizada a 11 km da fronteira com o Líbano e a apenas 1.500 metros de Tel Aviv, o que significa que está localizada nos subúrbios de Tel Aviv.
Também colocamos a base de Ain Shema da zona de nossa mira, que se situa a 75 km do Líbano e a 40 km de Tel Aviv.
Também visamos locais e quartéis para intretar os mísseis interceptadores da Cúpula de Ferro, a fim de permitir que os drones alcançassem seu alvo.
Dicidiu-se atingir os locais e bases com foguetes Katyusha distribuídos por dezenas de locais. A decisão foi lançar 300 mísseis e, em segundo lugar, disparar drones de todos os tipos e tamanhos.
Escolhemos o quadragésimo dia do Imam Hussein (S) para realizar a operação que foi lançada no domingo, após as orações da manhã às 5h15 (horário de Beirute).
Na operação de hoje, lançamos pela primeira vez drones a partir da região de Bekaa e, apesar da distância, atravessamos a fronteira palestina ocupada.
Nenhuma plataforma de lançamento de foguetes ou drones foi danificada
Nenhuma plataforma de lançamento foi danificada antes da operação e as plataformas dos drones não foram expostas a nenhum dano, nem antes nem depois da operação.
O alvo militar específico é a Base de Inteligência militar de Aman e a Unidade 8200 em Glilot, e o outro alvo é a base de defesa aérea em Ain Shema.
Os nossos dados confirmam que um número significativo de drones atingiu estes dois alvos, mas o inimigo está escondendo as suas perdas, mas dias e noites revelarão a verdade sobre o que aconteceu lá.
Tudo o que queríamos era lançar durante esta operação 300 mísseis, e lançamos 340 mísseis e o inimigo não conseguiu impedir nada.
Versão israelense falsa
A versão sionista do que aconteceu está cheia de mentiras, o que reflete o nível de fraqueza desta entidade.
As declarações do inimigo sobre o bombardeamento de mísseis estratégicos e precisos preparados para atingir Tel Aviv são uma mentira atrás de outra, mas nesta operação e por razões específicas, não queríamos usar essas armas.
Nenhum dos mísseis estratégicos e de precisão foi danificado.
Muitos vales são considerados pelo inimigo como contendo plataformas e instalações de mísseis balísticos que devem ser destruídas. O Comandante Chokor tomou a decisão há algum tempo de evacuar estes vales e instalações. Estes vales estão vazios ou foram evacuados.
Fracasso da inteligência israelense e ação preventiva
Meia hora antes da operação, os israelenses iniciaram ataques no Sul do Líbano, por causa do movimento dos mujahideen querendo completar a sua missão, mas estes israelenses não tinham informações de inteligência sobre o que vai acontecer.
Estamos perante um fracasso da inteligência israelita e da ação preventiva, e a nossa operação correu exatamente como planejado.
Por outro lado, hoje assistimos a uma cena que exprime a coragem da Resistência quando tomou esta decisão.
Operação em larga escala sem defeitos
A Resistência tomou uma decisão e avançou, por isso o inimigo fechou Tel Aviv e o Aeroportos e abriu os abrigos simplesmente porque utilizamos foguetes e drones Katyusha. O que ele faria se usássemos outras armas?
Esta é a primeira grande operação realizada pela Resistência na ausência do alto comandante, Sr. Fouad Chokor, e não apresentou defeitos.
O inimigo, na sua resposta esta manhã, não se atreveu a atacar civis, será porque é humano? Estamos vendo o que ele está fazendo em Gaza! Certamente, tá assim por medo da Resistência apoiada pelo seu ambiente. Esta é a equação que conseguimos reimpor hoje.
A primeira etapa envolveu atingir locais ao norte com 340 mísseis, e a segunda etapa envolveu trazer drones de diferentes tipos e tamanhos para as profundezas da entidade.
Aguardando o resultado do encobrimento do inimigo sobre os danos causados pelos ataques do Hezbollah
Seguiremos o resultado da ocultação do inimigo sobre o que aconteceu hoje, se o resultado for satisfatório, consideraremos o processo de resposta concluído, e se o resultado não for suficiente, nos reservaremos o direito de responder em um novo aviso.
Tentativas de silenciar as frentes de apoio em Gaza são inúteis
Não abandonaremos Gaza, o seu povo, a Palestina e os locais sagrados na Palestina, independentemente das circunstâncias, desafios e sacrifícios.
A nossa operação hoje pode ser benéfica para o lado palestino ou para o lado árabe em termos de negociações e uma mensagem ao inimigo e ao seu patrocinador americano de que qualquer esperança de silenciar as frentes de apoio será em vão, apesar dos sacrifícios, em particular, na frente libanesa.
Invada a entidade sionista com um grupo musical
Somos um povo que não pode aceitar a humilhação nem curvar o pescoço a ninguém enquanto lutamos com a razão, com armas, drones e mísseis balísticos escondidos para o dia que pode chegar.
O inimigo deve compreender e prestar atenção à natureza do Líbano e às mudanças estratégicas. O Líbano já não é fraco e já não se pode ocupá-lo com um grupo musical. Talvez chegue o dia em que invadiremos essa terra ocupada com um grupo musical.
FIM
Fonte: Al MANAR