Em seu segundo discurso eleitoral na terça-feira, 10 de maio, o Secretário-Geral do Hezbollah, Sayed Hassan Nasrallah, pediu aos libaneses que fizessem uma escolha no dia 15 de maio entre aqueles que defendem a verdadeira soberania do Líbano e aqueles que defendem a falsa soberania e querem transformá-lo num país mendigando nas portas das embaixadas.
Este discurso transmitido via tela foi feito como parte de um festival organizado nos subúrbios do sul de Beirute, dirigido ao eleitorado do capital Beirute e Monte Líbano. Nasrallah o abriu prestando homenagem aos habitantes de Beirute: « A capital da Resistência, das liberdades e o verdadeiro arabismo que não permite a normalização com a entidade sionista, nem aceitando os seus termos ».
O Sayed destacou dois projetos políticos conflitantes na terra dos cedros que os libaneses devem escolher entre eles quando forem às urnas em 15 de maio para as eleições legislativas.
Segundo ele, há quem aspire a um Líbano soberano, livre, poderoso, que tenha meios de se defender, goze de uma aura regional e que explore suas relações externas pelo interesse do Líbano. E há quem queira submetê-lo aos ditames dos estrangeiros, para transformá-lo em um país pobre necessitado que mendigue nas portas de embaixadas e tendas, em alusão aos Estados do Golfo.
Voltando à crise econômica pela qual o Líbano está passando, Sayed Nasrallah insistiu repetidamente na necessidade de explorar hidrocarbonetos nas águas territoriais libanesas no Mediterrâneo, como a única salvação.
“Temos um tesouro em nosso mar, estimado em centenas de bilhões de dólares, por que não explorá-lo para resolver nossa crise. Do que temos medo. Dos Estados Unidos. O que eles serão capazes de fazer? Sanções, pedindo a Israel para atacar. Eles tentaram de tudo. Temos o poder que nos permite defender-nos. O Líbano não é um país fraco ou falido. Vamos explorar nosso petróleo”, ofereceu. Insinuando que essa decisão deve ser tomada o mais rápido possível. E alerta contra aqueles que se propõem a vender os bens do Estado.
No plano político interno, o líder do Hezbollah advertiu ainda contra aqueles que optam por uma política de exclusão garantindo que o Hezbollah insista em uma política de parceria nacional.
« Devemos escolher entre aqueles que propõem um programa de compreensão, colaboração e parceria nacional para tirar o Líbano da sua crise, e aqueles que querem excluir os outros e tomar o poder », disse ele. O Líbano é o país das minorias e não pode em nenhum momento eliminar um partido, um movimento ou uma comunidade governante.
Debruçando-se em grande parte de seu discurso sobre a noção de um Estado justo e os meios que serviriam para estabelecê-lo no Líbano, levando em consideração sua composição multiconfessional, citou como exemplo a lei eleitoral proporcional ao alegar que : »Representa todos os seus componentes políticos e comunitários para seu valor justo dentro do Parlamento ».
Da mesma forma, para ele, apenas um governo de coalizão nacional pode resolver seus problemas.
« Os comentários sobre uma maioria e uma minoria no governo são ilógicos e levam o país a crises », sublinhou, alertando para aventuras que o Líbano não poderia suportar neste caso.
Depois de indicar que o Hezbollah decidiu integrar o governo libanês pela primeira vez em 2005, por razões relacionadas a proteger a Resistência daqueles que querem esfaqueá-la pelas costas, Nasrallah assegurou que o Hezbollah está agora mais determinado do que nunca a assumir suas responsabilidades dentro o Estado libanês, e fazer o melhor para resolver seus problemas.
« Mas também não devemos tecer expectativas irreais », observando que alianças políticas ou eleitorais não significam que as diferenças sejam dizimadas.
“Ninguém no Líbano pode se gabar de poder resolver as crises sozinho sem acordo com os outros devido a complexidade da sua estrutura comunitária ».
No que diz respeito às soluções para a crise libanesa, Nasrallah lembrou a proposta que fez várias vezes em seus discursos anteriores sobre a necessidade de se abrir aos países do leste para projetos de investimento no Líbano e não se contentar com os do oeste.
« O fracasso em se abrir para o Leste para agradar os Estados Unidos não nos levará a lugar nenhum », disse ele.
O líder do Hezbollah também mencionou possíveis soluções para várias questões que estão nos corações dos libaneses: A corrupção e de seus depósitos bancários a qual o acesso agora é proibido.
No início de seu discurso, o Sayed relatou as recentes declarações do primeiro-ministro israelense sobre as manobras militares lançadas pelo exército israelense que devem durar um mês.
Apesar da revelação do líder do Hezbollah o anunciou do Primeiro-Ministro israelense em qual a Israel não pretende atacar o Líbano, Nasrallah ordenou, durante seu primeiro discurso eleitoral nas duas cidades do sul de Nabatiyeh e Tiro, um dia anterior, que todas as formações militares e de segurança da Resistência se mobilizassem e permanecessem em alerta para retaliar caso a entidade sionista se aventurasse contra o Líbano.
“É claro que não temos confiança nas declarações dos israelenses, permaneceremos em alerta máximo. Apenas nossa força os detém”, confirmando.
Principais ideias do discurso
Obrigado pelo tapa
Aos habitantes de Beirute, a capital da Resistência, a dos primeiros tiros contra a ocupação sionista, a do arabismo e das liberdades. Sem arabismo não teria Palestina nem Al-Quds e com arabismo não há normalização. Aos habitantes do Monte Líbano, o inabalável ao longo da história, a região da diversidade e da coabitação.
Agradeço e gostaria de dizer uma palavra que não havia preparado com antecedência:
« A sua participação nesses dois dias festivos e o que esperamos no Bekaa na próxima sexta-feira é a maior mensagem para aqueles que apostaram durante os anos anteriores, através de suas mentiras, suas acusações, o embargo, as sanções e as condições de vida difíceis que resultaram, para elevar o ambiente e a população da resistência contra a própria Resistência ».
Sua presença sempre será uma tapa na cara deles. Falo para eles: « Olham, o ambiente da resistência que vocês acusaram dos piores nomes e queriam isolar ».
Este público permanece fiel à Resistência, aos seus mártires, aos seus feridos de guerra e aos seus detidos, permanece fiel a Beirute e à sua grandeza.
Muito obrigado…
Uma mensagem de esperança
Devo também agradecer aos expatriados libaneses por sua participação na votação, além de em quem votaram, pois isso tem grande valor político.
Falando especifico com quem votou nas listas eleitorais da Resistência em países estrangeiros, todos sabemos o ambiente que reina na maioria dos estados mundiais é contra o Hezbollah em particular, portanto, ficou difícil para nós ter delegados nesses países além de encontrar os libaneses no exterior como alguns poderiam fazê-lo.
Em alguns países, especialmente os do Golfo, havia um forte clima de ameaças para quem vota a favor da Resistência. Com isto, o clima espalhado por certos políticos, mídias e redes sociais semeou que os libaneses estavam desesperados.
Esta participação nas eleições ilustra a esperança de poder erguer o país e reconstruí-lo.
No meu discurso ontem, dirigido ao povo do sul do Líbano, a maior parte foi sobre a resistência.
É importante para mim hoje lhes dizer que os irmãos responsáveis de monitoramento das atuais manobras israelenses me informaram que o Primeiro-Ministro do inimigo foi examiná-los anunciando uma frase que eu gostaria de dizer a vocês: « Não buscamos nenhum confronto com qualquer um ».
Não vou esconder que depois dos discursos do dia de Al-Quds e depois do discurso de ontem, quando anunciamos a mobilização geral de todas as formações em todo o Líbano, eu fui informado por canais de uma mensagem: Os israelenses garantem que não preveem nenhuma ação contra o Líbano.
Não confiamos neste inimigo ou nas suas declarações, portanto, permaneceremos totalmente mobilizados e acordados até o final dessas manobras.
Acho que o mesmo vale para os irmãos da Faixa de Gaza…
Esta mensagem israelense é o resultado da presença da resistência, de seus homens, de suas capacidades e de seu público.
É por isso que este inimigo vai ficar polido, seja em um pé inteiro ou meio pé…
Em qualquer caso, não permitiremos qualquer violação.
Continuo falando sobre a construção do Estado e a situação econômica
Ouvimos anteriormente o discurso do irmão Sua Excelência O Chefe do Legislativo Nabih Berri e suas observações. Gostaríamos de enfatizar que o discurso dele também é nosso.
O estado essencial
Quanto ao Estado: « Acreditamos que o Líbano é a pátria definitiva de todos os seus filhos, cristãos e muçulmanos, de todas as suas comunidades religiosas, de todas as tendências políticas combinadas ».
Devemos ter instituições estatais para acabar com o caos.
A presença do poder é uma necessidade social
Nada pode substituir o Estado e nunca nos apresentamos como substituto do Estado. Nós não podemos fazer isso e ninguém mais pode fazer isso. Não importa qual seja sua habilidade, sua base popular, ou mesmo quão poderoso ele tenha.
Mesmo em relação à Resistência, não nos colocamos como alternativa ao Estado libanês. Bastaria que o Estado assumisse suas responsabilidades de defesa do país.
No Líbano há um Estado, um Presidente, um governo, um parlamento, um exército, instituições estatais, até instituições demais.
Ou seja, não estamos começando do zero…
E não se trata de derrubar o Estado nem o poder político em vigor.
Este Estado, as suas instituições, este poder sofrem de uma série de problemas que impedem o seu desenvolvimento e a realização das ambições dos libaneses. Razão pela qual a situação deve ser remediada por reformas.
O projeto fundamental para o Líbano é um projeto de reforma do poder estatal, qualquer mudança deve atuar dentro desse quadro.
O Líbano é um país especial formado por várias comunidades. É um país de minorias onde não há maioria absoluta para ninguém.
Sua estrutura multiconfessional desde sua fundação o tornou um país preocupado, tenso, alguns falam de privações, cautelas, reservas, deficiências, injustiças.
Todos buscam garantias internas e infelizmente externas e isso já vem de mais de 100 anos.
Estamos em um país onde a situação é sensível e crítica e não podemos falar sobre isso com o mesmo entusiasmo revolucionário que em outros países.
Muitos tentaram introduzir mudanças dramáticas que levaram à guerra.
A guerra civil deve ser uma linha vermelha equivalente a alta traição.
Por um estado justo
O regime é certamente baseado na comunidade e sofre de muitas deficiências, mas pode ser remediado sob o teto dos acordos de Taef.
Por outro lado, devemos aspirar a um Estado justo e poderoso.
O que mencionamos em nossos programas anteriores e especialmente em nossa Carta Política.
Claro, isso não é justiça no sentido platônico do termo, desconectada da realidade.
Muitas coisas podem alcançar essa justiça.
Uma das mensagens dos livros divinos é que as pessoas devem realizar a justiça e trabalhar por ela.
Vou citar alguns exemplos:
O parlamento que elege o presidente e nomeia o primeiro-ministro. A lei eleitoral é fundamental, porém é baseado em um sistema majoritário, e isso não é justo no caso libanês. A lei proporcional é a mais favorável para o caso libanês, e é isso que sempre exigimos desde 1992.
Não foi fácil, mas muito difícil adotá-la.
Esta lei permite representar todos os componentes do povo libanês e seus representantes no parlamento.
Outro exemplo é a idade de voto. Aqueles entre as idades de 18 e 21 são privados dele. No entanto, é seu direito participar nas eleições como em outros países. Mas algumas forças políticas se opõem a isso por cálculos muito estreitos e limitados. Isso é certamente injusto. Isso requer uma luta. A geração de jovens deve se encarregar disso, reivindicá-lo e lutar para fazê-lo.
Além disso, o estado justo é aquele que cuida de seu povo: sua saúde, educação, água, desenvolvimento equilibrado em todas as regiões, sem distinção entre elas.
O Estado deve cuidar dos que não podem trabalhar, dos idosos, dos que sofrem de doenças crônicas, dos mais pobres, dos órfãos.
O estado justo é aquele que não esgota seus cidadãos com impostos como alguns sugerem fazer e só tem palavras para impostos, TVA.
A lei tributária justa é aquela que adota a progressiva.
O Estado justo é aquele que estabelece um sistema justo de salários, que cuida da educação pública, escolar e universitária.
O Estado justo é aquele que pode proteger sua soberania, seus territórios, seu espaço aéreo, seus recursos hídricos, suas riquezas. Aquele que goza de um exército poderoso e não aquele que coloca o ônus de se libertar em seu povo. Desejamos que o Estado libanês possa ter um exército digno desse nome, com uma força marítima, -pelo menos para salvar os corpos de pessoas que estão se afogando no Mediterrâneo, que possa ter uma força aérea, uma força balística.
O Estado é quem garante a segurança de todos os libaneses, em suas aldeias, seus bairros, seus campos, suas escolas, sem distinção entre as diferentes regiões.
Esses são alguns exemplos das qualidades do Estado que queremos construir nos próximos anos. Se agirmos juntos podemos alcançar esses resultados.
Parceria, não exclusão
Nenhum partido, corrente, movimento ou comunidade pode alegar ser capaz sozinho de construir um Estado justo, isso é por causa da estrutura social do Líbano.
Transformar o Estado em um sistema melhor requer colaboração política de todos, sem demitir ou excluir ninguém.
Todos devem ser apresentados no parlamento como garantido pela lei proporcional, de acordo com sua real proporção.
Para o governo também somos a favor de uma fórmula de parceria porque nosso país é um país comunitário, senão vamos ficar nas crises. Já pedimos isso várias vezes.
Se alguns querem ficar de lado e se excluir, a escolha é deles. Mas ninguém deve excluir os outros em nome da maioria. Isso leva o Líbano ao aventureirismo.
Somos pela parceria nacional para construir o Estado e tirá-lo da crise.
O sistema majoritário corre o risco de excluir certas comunidades, certos componentes essenciais, isso seria permitido?
Claro que isso requer muita perseverança, paciência, modéstia, abrir mão das ambições pessoais um do outro.
Mas o Líbano não apoia uma comunidade governante mesmo que tenha os meios, e também não apoia nenhum partido no poder, nenhum movimento no poder.
Qualquer partido nacional pode se tornar um peso pesado em nível regional, mas no Líbano você permanecerá dentro da estrutura do equilíbrio de forças locais.
É com este espírito que devemos caminhar para os próximos anos para que este Estado seja justo, poderoso, concretizando as ambições do seu povo. Este é o nosso objetivo e valido para todos.
Vamos assumir nossas responsabilidades
Uma nova coisa que eu gostaria de dizer a vocês: « Nós no Hezbollah acreditamos que devemos mais do que nunca assumir nossas responsabilidades ».
Em 2005, quando entramos no governo pela primeira vez, enquanto antes tínhamos recusado por nos opormos ao comunitarismo político, às políticas econômicas, fomos ditados por certas condições para fazê-lo.
Em 2005 nos resignamos a fazer parte do governo por causa das circunstâncias que ocorreram após o assassinato do mártir Rafik Hariri. Tínhamos que proteger as costas da Resistência dos partidos que estavam de acordo com o governo Bush.
Quero corrigir uma coisa, acusam-nos de pedir ao Estado que proteja a Resistência. Nós nunca fizemos, ou sequer consideramos.
Tudo o que queríamos era que ninguém a esfaqueasse pelas costas ou conspirasse contra ela.
Revise os vazamentos do Wikileaks entre a administração dos EUA e autoridades libanesas e você verá.
Agora, vamos nos certificar de informar o governo de que estamos preocupados com a eletricidade, os recursos hidráulicos, o orçamento do governo e o plano de resgate.
As condições nos obrigaram a fazer parte do regime e do Estado e devemos assumir nossas responsabilidades mais do que nunca. Mas não acredite que as crises vão acabar. Também não devemos ter expectativas irreais, nem fazer promessas excessivas.
Não temos meios para fazer tudo no Líbano, devido à sua complexa estrutura comunitária. Nós temos que ser realistas.
Não podemos construir um estado nacional e justo sozinhos, pois isso requer a colaboração de todos.
Nos círculos eleitorais onde contraímos alianças para as eleições, não acreditem que nos tornamos um partido único, que teremos o mesmo discurso, os mesmos objetivos. As diferenças persistirão e as divergências não conseguirão quebrar essas alianças. Não podemos construir o estado libanês sozinhos
Vá para o leste. Caso contrário, nada é alterado
Eu tenho que me expressar em certos assuntos.
O primeiro que deve ser prioritário é o problema econômico que é vital. Requer um plano de recuperação que deve ser discutido com honestidade, transparência, sem deixar o país refém. Precisamos discutir isso no Parlamento.
Aqueles que você quer eleger devem ser fiéis
Você tem que se lembrar de algumas coisas
A política de orientação para o Leste: Se o Estado persistir em se recusar a abrir os mercados às empresas e investimentos do Leste, as coisas não vão mudar.
Não estamos dizendo que devemos desistir definitivamente do Ocidente. Propomos ir a todas as direções e abrir as portas para todos aqueles que querem investir no Líbano.
Um tesouro no mar
O Líbano precisa de dinheiro. Segundos informações do FMI são 4 bilhões de dólares ao longo de vários anos. O que isso poder resolver em dividas de aproximadamente 100 bilhões de dólares. Isso não resolverá nada.
No entanto, temos um tesouro no mar. Enquanto o povo libanês sofre dos problemas econômicos, está endividado, com fome, quer imigrar e morar fora do país, temos um tesouro estimado em centenas de bilhões de dólares estão lá, em nossas águas territoriais, especialmente nas águas do sul.
De quem temos medo de retirar este tesouro?
Dos EUA?
O que eles vão fazer mais? Punições? Embargo? A fuga de bilhões de dólares fora do Líbano. Você acha que os EUA não estavam cientes e que não contribuíram para a fuga de capitais do Líbano?
Eles tentaram de tudo, do que mais temos medo? Que eles incitam Israel a fazer guerra contra nós. Este Israel será capaz de ir para a guerra?
Somos informados sobre a demarcação de fronteiras.
Por que Israel não espera o fim da demarcação da fronteira e já está investindo nas áreas em disputa, as da linha 29, do depósito Karish? Por que Israel faz o que quer em áreas disputadas, sem medo de ninguém, quando o Líbano nem mesmo ousa fazê-lo em suas águas territoriais comprovadas. Eu vou te contar ainda mais. É seu pleno direito explorar petróleo em águas territoriais libanesas e em disputadas.
Como disse nosso irmão Nabih Berri, conduzimos 10 anos de negociações para chegar apenas ao marco das negociações. Quanto mais precisaremos para alcançar os resultados?
O Líbano não é pobre
Ninguém se atreve a dizer nada, porque os outros países não permitem e nem querem ajudar, portanto não podemos receber precisamos de empréstimos dos países do Golfo. O que está acontecendo? E porque isso está nos cercando? Além disso, quando um ministro disse algo antes sobre um certo assunto, ele é obrigado a se renunciar.
Eles nos acusam de querer mudar a cara de Beirute. Eu digo que são vocês quem estão mudando a cara de Beirute e sua identidade, era a cidade das liberdades, o abrigo de todos os adversários do mundo árabe, agora vocês querem transformá-la em uma cidade de boca fechada, e consequentemente o Líbano num país que vive mendigando.
O Líbano não é um país pobre ou falido, pois temos enormes recursos petrolíferos. As empresas petrolíferas manifestaram a sua vontade de explorá-lo. Mas os políticos devem estar cientes deste perigo para evitar que o Líbano vive como mendigo humilhado.
Há aqueles que se apressam em oferecer a venda dos bens públicos do Estado, aqueles que estão conspirando contra o Líbano. Eles não querem um estado soberano nem estável no Líbano.
O Líbano não está à beira da falência e não é um país pobre. Você só precisa ter coragem. Não diga que ninguém virá para a exploração. Abra as portas e espere. Eu digo a você, vamos lá e façamos isso. O inimigo não se atreverá a fazer nada, porque ele também precisa saquear esse petróleo que pertence aos palestinos. Sim, é o petróleo do povo palestino. Se eles nos impedem, também podemos impedi-los. Não precisamos fazer uma guerra, como alguns temem e dizem que querem começar uma guerra. Basta passar os drones sobre os depósitos e enviar um aviso. Repito que somos capazes de impedir o inimigo.
O Líbano é um país rico e poderoso. Temos um tesouro e somos poderosos. Por que temos que ficar pobres e humilhados, esperando ajuda ou empréstimo, ou implorando ao FMI por termos humilhantes? Essa exploração faz parte da solução do problema econômico no Líbano.
Proteger os direitos dos depositantes
O outro assunto é a relação entre os depositantes e os bancos
Este assunto é certamente muito importante
Este caso é uma das maiores tragédias da história moderna do Líbano para centenas de milhares de libaneses: funcionários públicos aposentados, expatriados que repatriaram seus fundos e os depositaram em bancos no Líbano, pessoas que economizaram algum dinheiro para viver suas aposentadorias.
Agora eles não podem fazer em nada.
Esta é uma das maiores tragédias
É claro que alguns não sentem nada porque conseguiram resgatar seus fundos em transferências para o exterior, porque souberam com antecedência e foram informados pelos serviços da Embaixada dos EUA no Líbano que prepararam tudo.
Este arquivo é objeto de muitas discussões. Ouvimos falar do plano de resgate dos fundos ou pelo menos as perdas devem ser distribuídas entre todos de maneira igualitária.
Devemos ser claros sobre isso sem cair no populismo e na superioridade.
Existem dois planos:
O do direito dos depositantes de receber o seu dinheiro de volta e este dinheiro deve ser preservado a todo o custo. Contudo, alguns grupos neste país estão trabalhando para bloquear esse direito ou parte dele para ser distribuídos na ordem de 10% a 50%.
Os direitos dos depositantes devem ser preservados.
O bloco do Hezbollah no parlamento: « Lealdade à Resistência » propôs um projeto de lei no qual é ditado que esse direito é sagrado e ninguém tem o direito de adulterá-lo.
Os outros blocos também devem seguir o mesmo.
Ter o projeto aprovado no parlamento para que se torne lei e ninguém possa manipulá-lo ou tocá-lo novamente é a única coisa que preserva o direito dos depositantes.
Sem uma lei no parlamento, esse direito está em perigo. Os deputados, atuais e futuros, devem assiná-lo, caso contrário, esses direitos estão em perigo.
Em segundo plano, o retorno desses fundos que exige um planejamento.
Não cabe aos depositantes pagar o preço pelos erros cometidos pelos bancos. Do ponto de vista jurídico e religioso, este é uma grande injustiça.
Os principais culpados são os Bancos Libaneses que durante trinta anos tomaram os fundos dos depositantes, emprestaram-nos ao Estado com juros muito altos e acumularam fortunas espantosas.
Uma justiça manca
O assunto que trata a luta contra a corrupção que anunciamos há quatro anos. Alguns estão pedindo resultados, mas eu disse que esse arquivo é o mais difícil, precisa de muito tempo, é mais difícil do que a luta contra Israel.
O que foi alcançado é muito importante, dadas às complicações da situação libanesa e as condições pelas quais estamos passando ultimamente.
Vários dossiês no valor de vários bilhões de dólares e nos quais estão envolvidas grandes cabeças foram entregues à justiça, tivemos a coragem de fazer essas investigações. Mas temos uma justiça manca. Essa também é uma das questões relacionadas ao estado libanês que precisa ser abordada.
Justiça do Estado significa justiça honesta, juízes honestos, competentes e corajosos, não politizados.
Devemos continuar, podemos não conseguir no curto prazo, um ano ou dois, mas devemos continuar com perseverança. Não devemos desistir e dizer que não podemos combater a corrupção no Líbano. Assim como a Resistência, passamos longos anos e conseguimos, assim como a lei eleitoral proporcional, perseveramos por longos anos e então chegamos.
Vamos explorar petróleo e ver o que ‘Israel’ fará
O arquivo de energia elétrica deve ser prioridade nos próximos meses e anos seguintes, por parte dos deputados e do novo governo.
Devemos executar o plano e receber o apoio de todas as forças políticas enquanto pensamos em alternativas, como disse o Presidente Legislativo Nabih Berri.
Somo minha voz à dele sobre a necessidade de iniciar a exploração de petróleo. Você não precisa esperar para sempre. Um mês de espera é suficiente para ver se as negociações dão certo, senão vamos para a extração.
E veremos o que ‘Israel’ fará.
Há também outros arquivos e vamos falar deles para o festival eleitoral de Bekaa.
Entre duas escolhas, duas equipes
Os libaneses em todas as circunscrições com que se deparam têm várias opções diante das quais devem se expressar e que são claramente bem expressas por seus autores.
Alguns propõem parceria, acordo e colaboração, a escolha do primado do acordo nacional.
E há quem clame por exclusão.
Falo para o eleitor: Você deve escolher qual é o certo
Ouvimos nos últimos dias alguém que ficou tão irritado que disse que queria acabar com o armamento do Hezbollah, mas também todo o Hezbollah, e o movimento patriótico livre e seus aliados. Ele não teve coragem de dizer o movimento Amal, que é nosso aliado. O Hezbollah que é atacado, mas nunca o movimento Amal. O movimento Amal é o nosso escudo e vice versa.
Sim, existe apenas discurso de eliminação, e claro que não têm meios para fazer isso. Se eles pudessem fazer isso, já o teriam feito há muito tempo e não teriam esperado até 2022. Eles teriam atacado as casas das pessoas, massacrado e bombardeado. O passado deles testemunha isso.
Enquanto o primeiro insiste no acordo, na necessidade de um governo de acordo nacional e não de maioria.
Paz civil ou guerra civil
Há aqueles que permanecem apegados à paz civil e estão dispostos a se sacrificar pela paz civil, e que foram mortos nas estradas de Tayyouné e carregaram seus mártires e seus feridos para defender a paz civil, enquanto é capaz de se vingar, e tem quem oferece seus serviços a países estrangeiros, dizendo-lhes que estão prontos para liderar uma guerra civil no Líbano e que abrem fogo e matam inocentes em plena luz do dia.
O mais estranho é que quem pede o desarmamento da Resistência é quem tem armas e as usa em plena luz do dia.
Você deve escolher entre aqueles que garantem a paz civil por fidelidade, amor e apego, coabitação, e não por impotência, e aquele que está pronto para ir à guerra civil e aventuras não calculadas para confirmar que ele é o líder e mostrar isso diante das potências estrangeiras.
É preciso escolher entre aqueles que investem suas relações exteriores para dar poder ao Líbano e gostaríamos de agradecer na ocasião a países como o Irã, Síria e Iraque sem serem seus instrumentos ou seus agentes. Nós não somos peões.
O Irã não interfere no Líbano. Você viu os embaixadores interferirem nos últimos dias. Você viu o embaixador iraniano interferir uma vez?
Uma vez eu disse que éramos mestres em nossa relação com o Irã. Somos parceiros políticos do Irã na região e é assim que trazemos diesel, armas e similares quando o Líbano precisa. O Irã nos respeita e propõe todos os dias planos para o Líbano esteja disposto a construir túneis, pontes, usinas de energia.
Você tem que escolher entre um time que só se preocupa com o Líbano e o time que quer usar o Líbano para satisfazer as potências estrangeiras e os EUA.
Você tem que escolher entre aqueles que estão prontos para assumir suas responsabilidades sem trégua e aqueles que se esquivam de suas responsabilidades, renunciam e dizem que não têm nada a ver com isso, então se colocam na oposição e na revolução.
Alguns deles que se orgulham de fazer parte da oposição estão na máquina do poder desde os anos 50 do século passado. E agora eles querem mudar as coisas no país e colocar a culpa do que aconteceu em quem veio por último.
Eles estavam envolvidos em todas as decisões que foram tomadas e agora eles querem aparecer como um homem salvador honesto que não tem nada a ver com os problemas atuais.
Você tem que escolher entre o sincero que assume suas responsabilidades e o hipócrita que quer descer do barco quando começou a se afogar, levando seus pertences com eles.
Você tem a escolha entre os verdadeiros soberanos que querem um Líbano forte e poderoso e os falsos soberanos que querem tirar o poder real para que o Líbano fique estagnado sob as ameaças israelenses.
Quando retirarmos seu poder do Líbano, esse tesouro permanecerá no mar e continuaremos famintos. O Israel virá e o saqueará. E nós, os famintos, os necessitados, os oprimidos, os veremos fazer isso com pesar.
Você tem que escolher entre aquele que quer um Líbano soberano, dono de seu destino, livre, independente e não só no Líbano, mas em toda a região e aquele que o quer mendigando nas portas das embaixadas, ou das tendas.
Esta é a pergunta que você precisa responder em 15 de maio
Mensagem ao Povo da Resistência
Quanto a você, povo da Resistência, em Beirute, nos subúrbios do Sul e em todas as regiões, você cujas casas e propriedades foram destruídas e que consentiu com milhares de mártires e mutilados e suportou tudo, temos certeza e certeza de sua resposta.
Eu ouvi seus gritos e suas chamadas
Eu sei que você dará seus votos para a Resistência e seus aliados, para os mártires, para Sayed Moussa Sadr, para Sheikh Ragheb Harb, para Sayed Abbas al-Moussaoui, para o mártir Imad Moughniyah, para o mártir Moustafa Badreddine, para o mártir Hassan Lakkis e todos os mártires, pelo poder do Líbano, sua soberania, sua dignidade, por todos os aliados sinceros e dispostos a suportar todas as injustiças infligidas para defender a soberania do Líbano e salvá-lo.
Isto é o que eu sei de você e o que eu espero de você: Você irá às urnas no dia 15 de maio. Você não precisa votar com seu sangue, a tinta é suficiente, porque seu sangue já correu no passado e é ele quem está brecando o Líbano hoje e o brecará no futuro…
Que Deus te conceda a vitória e a benção…
Eu vou te ver Inch’Allah em breve
Assalamu Alaykom
FIM
Fonte: Al Manar
Source: AlManar